domingo, 20 de fevereiro de 2011

Lua cheia de palavras vazias

A lua dá brilho os olhos
De quem contenta em dizer: “é bela”
E nem se lembra da outra face
Metade oculta, que não será nunca
Nem sua, nem de ninguém.

A solidão noturna da lua
Não se dá ao que é são
Você diz lua, ela diz não

Por isso, não invoquemos seu nome em vão
A lua está cheia de palavras vazias
Ela pertence aos que aceitam suas faces, suas fases
Sem restrição

Isso que você sente quando a vê
É só você
Olhando para uma coisa que não é sua
No alívio de saber
Que não há nada que a leve até você

A lua está cheia de elogios ocos
E muito acima dos seus brios e anseios
Ela se cansa dos que a admiram inertes
E só se dá aos que lhe estendem a mão
E aceitam o reflexo do que não são

A lua é espelho no mar escuro
De quem a vê além do ego
O salto urge, não é seguro
A lua eleva a quem se entrega

Um comentário:

  1. maravilha...
    'sem restrição'! (:

    esse poema tá com um tempo de respiração maior que os outros, achei...
    gostei muito mesmo.

    Amigo meu costuma dizer: a beleza é uma tragédia, para o belo... alicia, corrompe.

    bem, ao que me parece ao olhar o céu... embora talvez cansada, a lua não se corrompeu pelos olhares desejosos dos homens... nem deixou de ser bela... achou seu lugar, de brilhar.

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