terça-feira, 25 de outubro de 2011

Entre teus dedos





Entre teus dedos
Entendo Deus
Palavras vans
Nuvem de ais
Se penso paz
Meu corpo pede mais

Aguardo e ardo
Pelas manhãs
Anseios inundam
Segundas segundos
Os seios inflamam

Ama, derrama, chama
Só sossega quando abre
Mãos, braços
Abre as pernas ao cansaço

Não terá sido por isto
Todo o sangue de Cristo?
Sacrifício, sacro ofício
A arte arde em muitos sentidos

Debaixo do meu umbigo
Artesão me dê a mão!
Ah tesão entre teus dedos
Tateia sem manual
Meu corpo cego
Aceita não nega
Entrega sem medo
(Ilustração: Thiago José)


domingo, 9 de outubro de 2011

Ipê a Pablo

Quero fazer com você
O que faz a primavera ao Ipê!




"Te traeré de las montañas flores alegres, copihues,
avellanas oscuras, y cestas silvestres de besos.
Quiero hacer contigo
lo que la primavera hace con los cerezos." (Pablo Neruda)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Dando sopa (de bandeja)




Garçom, por favor, uma dose de paixão?
Mas fica a questão...
Quem vai pagar a conta?

“ - A senhorita está dando sopa
Mulher tem que se valorizar”

Deu tanto de bandeja
que acabou ficando oca.

E quem se atreve a gostar de dar?
Só a puta, para isso serve!
Puta não sufoca, puta se diverte
E ainda ousa cobrar
o que de graça não se dá.

Ou melhor, só com amor
que é como um boteco lotado
com uma fila do tamanho exato da sua ânsia
(melhor não esperar).

Mas ele pagou a conta
Sem entender
Que que a moça não estava no cardápio
(desculpe essa peça é difícil de encontrar)

A moça:

Se me chama de meu bem, heim?...
Eu sumo!
Não aceito ser bem de consumo!

Chamo, chamo mas ninguém entende
que eu não tenho nada a cobrar.
Se toca no meu celular!
Mas a desculpa “tá sem crédito”...
Eu pago a conta! Da paixão
Pago sem medo
(pois amar é tão bom)!

De chip quadrado
Prefiro desbloqueado
Ora se não faz mal
Abrir a caixa postal!

Enquanto isso (no boteco) ela espera o sinal...

(Mas que sinal que sinal?)
Verde, vermelho, amarelo?
Um apito, um grito da janela?
Quase piro de tanta espera
Não aguardo nem guardo
Pego o telefone e ligo

PERIGO PERIGO!!

Homem:

- Quero meu dinheiro de volta,
Essa mulher sufoca!

Mulher:

- Ora querido, se toca,
Só foco o essencial!

---

A louca deu de sopa
Mas o oco a perigo
Deu perdido no prato principal!

Poesia Papo Reto

Do rolo à ação
Enrolação ou em relação?
Sem discussão
Se envolve e desenvolve
Ou desenrola e vai embora.

Borboletas azuis




I. Do diamante

Porque era belo
Esperou que derretesse
Para que pudesse
Bebê-lo

II. Das Borboletas

Por sorte
Borboletas de blues
o distrairam de tal sina
carregando-o para cima
de suas asas azuis

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