sexta-feira, 17 de junho de 2011

V. Mimosa


(Ilustração de Thiago José)

Eu como capim, sim
Pode botar
Vinte de mim pra cada touro
To nem aí!

Encurralada
Eu não reclamo
Que sujo o rabo
Na tua lama

Me sento
Sem pressa
Questionamento
Não me interessa
Filosofia?
É só história pra boi dormir
Tô nem aí!

Pode me comer, seu touro
E me arrancar o couro
Que depois de mim, como capim
Virá outra
Vaca louca

Me babo toda
Engulo e cuspo
Sem asco ou ânsia
Pela resposta

E ainda me diz sagrada?
Pois te revelo nas retinas
O segredo é que rumino
E mais nada.

4 comentários:

  1. lembra quando comentei aqui sobre a 'dor'?

    Poesia é nascimento.. parto dói.

    Mas o resultado é belo.. (pode ser..)


    --

    Gostei bastante dessa!

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  2. palavras dizem pouco no diálogo da vaca com o touro

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  3. Verdade..
    E esse tá muito legal mesmo! (:

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  4. Não há paraíso liso sem pitadas de inferno terno.

    Rsrs. Espero que vc se lembre. Abraços!

    pensassonhos.blogspot.com

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