sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Orfeu é meu



Orfeu é meu
Ao som de jazz se fode mais

Espera que se atira da janela
Ao berros de gaitas que miam na Lapa
Nada flauta
Tudo se completa nela
E não há droga que imite o grito dessa hora
Nem lisérgico que se compare à vertigem do que vejo

Vejo
Que você não suporta o paraíso
Anda atrás do seu contato noutra boca
Tanta vontade pouca, fraco!
Queria ver gritar da minha janela
Eu te desafio: fica, grita, erra!
Só confio em gente que berra

Vai de subversão convencional
Reclamando que a fila do inferno anda devagar
Pois trago notícias de lá:
Eles também tem céu
Igual ao da boca
Mas os ingressos estão esgotados
Ainda aceitam sangue
Mas tem que ser de si
E essa nota você não toca
Faltou cuidado com a gaita e com tudo que importa

Agora,
Os deuses da festa festejam as feridas
Agulhas agudas tecem o fim
O solo do sim no fundo de mim
Ao som de jazz me leva aos céus
Enquanto você sobe o morro em busca de Deus

3 comentários:

  1. Vê-se agora a poesia num ressurgir especialmente furioso. Ponta de lança, Alice! Alice lança.

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  2. Obrigada queridos! Isso é pura inspiração do Nova Lapa Jazz, uma banda irada que está pirando os cariocas! Eles tocam de graça na rua para nossa alegria e... desespero! Mas como diz Valery, "beleza é aquilo que desespera"!
    bjos! Alice

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