domingo, 19 de outubro de 2014
Acidente
A porta do metro prendeu o braço do moço. Ele, do lado de dentro, com o braço prensado ficou sem nenhuma expressão. Aos poucos, os passageiros foram percebendo assustados a situação. Alguém foi puxar uma alavanca para parar o carro, mas ele disse que não tinha necessidade, a outra estação estava perto. Uma senhora disse que antes dele chegar, ia ter o braço arrancado pelas ferragens, causando certo alarde. Dois cidadãos de bom senso finalmente tiveram a ideia de forçar a abertura da porta. O homem conseguiu retirar o braço com o trem em movimento. Agradeceu e se desculpou, visivelmente constrangido. Na hora, me lembrei da história de uma criança que passou uma viagem inteira com o dedo preso pela porta do carro segurando o choro porque não queria que seu pai visse. Porque mesmo tendo o sido o pai que havia fechado a porta, sabia que o velho ia dar um jeito de colocar a culpa nele. Me senti horrível com essa história e fiquei tentado lembrar que paciente havia me contato isso. Depois suspirei aliviada, não foi paciente, foi no livro do J.P Cuenca - "O único final feliz para uma história de amor é um acidente". Ainda bem que era só ficção. Mas diante do acidente de hoje, não poderia ser mais real.
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