sábado, 16 de janeiro de 2016

Levante




Podem roubar nosso brinquedos, mas jamais a nossa brincadeira. Eu já perdi dois I-Phones na folia, e daí?  Brincadeira é coisa séria. A gente se desenvolve nela. E cresce! Por isso se brinca Carnaval. Não há outro verbo. Hoje eu peguei uma diagonal com o braço e fiquei gigante. Foi na aula de dança afro. Eliete, a mestre da pira, risca faísca, joga pra cima. A gente pinga. A gente vibra. Tambor acende corpo em chama. Se abre ao chamado do axé. Exu te ama. Escuta! O batuque vem da rua. Vocês tem medo, mas a gente segura. Pode confiar nas minas. Celular cê deixa em casa. Mas traz as células,  viva! Preparação para o carnaval, preparação para a vida. Pinga, pinga... Pode colar comigo. Eu não estou sozinha. Faço parte do sistema sanguíneo da cidade. Nesse fluxo a gente lava o medo, o abuso, o apego. A revolução é feminina e brincante. E sabe outro verbo que combina? Levante!

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