quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Faces comuns



poema escrito para a ilustração de Luisa Condé, com uma gota de água poética manchando o desenho. 

Pelas paralelas dessa cidade
Disfarces

Se diz frases
/feitas/
Receitas per-
/feitas/

Face a objetividade das retas
regras
Em vias concretas

Sob a face
Curvas, fantasias, linhas de fuga
Sob a face
Fases, crises, necessidades

Na ansiedade [feminina]
Há de seguir a sina
-       Assina!
-       Assina!
Identidade perdida
O nome classifica

Mas se diz-
traída
Alucina de saída

Se despe-
de
Se depara
Se diz
para, pira, some
Dis-
para
ela
nóia
descobre
dentro da cabeça dela
mil cidades
cindidas de si
ligada de nós


E os disfarces
se desfazem
em inorgânicidades
faces comuns


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Luz dramática




De olhos abertos de frente para o sol
Vejo o azul e o amarelo na espuma do mar-
tela quebra
No espaço aberto faz menos estardalhaço
Relaxo

Me espera
O beijo quente na boca molhada
Tempera

Luz dramática
Ou será só eu?

domingo, 8 de setembro de 2013

Óbvio




Preciso urgentemente de mais paciência
Cala a boca que eu quero dialogar
Faço tudo por um pouco de amor próprio
[Será preciso realmente explicar o óbvio?]

Tem dia que tem tanta coisa para fazer
Que não dá tempo
de fazer nada
Quem sabe ainda entendo o porque
Tenho andado assim  
tão contrariada

Eu vejo email
pago conta,
tomo um café
e abro um livro.

No telefone
eu não me sento
no facebook um evento
Não sei porque
eu não me concentro!

Ninguém vai me impedir
de conviver em harmonia com meu os irmãos
Doa a quem doer, se for preciso eu brigo
A minha paz ainda consigo!        

Em troca disso, faço o que quiser
Pela  minha mais completa autonomia
E se mesmo assim não adiantar...
Ponho logo toda culpa na terapia!



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