terça-feira, 30 de setembro de 2014

No ponto

Meu coração está parado no ponto esperando um ônibus para Niterói. Todo mundo diz que passa, mas 40 minutos e nada. Solidários, os solitários vão dando informações. E por mais que acreditem nelas, nunca sabem ao certo se vale a pena esperar. Meu coração é tão absurdo como um ônibus escrito "barcas" que não passa pelas barcas porque a Perimetral foi derrubada. Aí você tem que andar até depois do ponto final e alterar o cronograma sem drama, pois nessa cidade, nessa idade... Tudo isso é normal. Meu coração não tem condições de cumprir com o combinado, vai decepcionar os outros corações. Por isso, se lança no oceano e desfruta o balanço inseguro do mar. Sorver cada naco de beleza que se insinua da janela, ignorando a espera e sabendo que não há salva-vidas para o amor. Meu coração se salva lendo Carlos Meijueiro do celular, escreve poema e reinventa sentido para o tempo perdido no trânsito.

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