quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Dançar para a depressão





Essa é para quem ainda não levantou da cama hoje. E que provavelmente não vai tomar banho. Quem não comeu porque não tem ânimo para fazer comida. Essa é pra quem tem pena de si e quer tomar Fluoxetina. Essa é pra você que está cansado de viver. Vamos acabar logo com isso. Você já está mesmo em declínio. Atire-se logo neste precipício. Que sua queda seja livre e não amortecida por um colchão macio. Livre-se da mortalha dos lençóis. Não torne sua miséria mais confortável. Se jogue dessa cama, direto para o chão. E fique lá o tempo que for necessário. Abrace os limites. Do chão não passa. Agarre a sua solidão. Esqueça o autoengano e a autoajuda. A realidade é dura. Desista de resistir. Fique aí até que te doa os ossos. Você poderia pedir ajuda mas não quer ser visto assim. Não seria diferente se você fosse mais jovem, tivesse mais dinheiro, fosse mais magro, ou estivesse namorando. Esse sentimento também passa pelas pessoas bem sucedidas e casadas. Não há motivos razoáveis para estar nesse estado. Então não PENSE, PIRE. Use música. O ritmo afro, nesse caso, é recomendado. Essa é cultura que melhor entendeu de chão. Se até os povos escravizados dançavam. Por que você não? A dança tem sido subutilizada nos salões. Experimente pirar dançando sozinho no seu quarto com os olhos fechados. Incomode os vizinhos. Se a depressão te leva para o fundo do poço como uma corrente invisível no pescoço. DANCE! A dança é a arte de puxar essa força do chão.

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