domingo, 1 de agosto de 2010

Pelas barbas do poema, não faça!

A chuva lava a mata
e arrasa os declives
quando não há raízes.

O chuveiro lava a cara
e me leva do teu cheiro
quando se desmata a barba.

Que idéia de navalha
me privar da seiva
e do roçar na nuca
desse meu poema!

A tudo que teu aroma traz, me ato
atento misto de pele e raízes
me fio a teu cabelo
algodão do travesseiro

Essas coisas cabeludas
que me desabrocham os sentidos
desertificam quando devastas
a tua face. Não faça!

8 comentários:

Alimente!

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