Poema de ontem
História de sempre
Que sirva a outra
Em outro tempo.
Poema que entra de gaiato na vida do outro
Pretensão a dela
Fazer parte de uma história eterna.
Não passou da nova conquista de semana passada
Coitada!
Poema queixa
Conselho chavão
Há que se viver o momento
– diz o refrão.
Mas antes que se precipite o julgamento
De tanto faz, garota tonta
Eu aponto a tua estampa
A tal marca que delata
Você também já quis tanto!
A dor que se crava eterna
A bela história concreta
Riscada na carne
Sentido gravado na pele
Ter uma tatuagem, não se engane, é sinal de amor.
E não é só você
Foram tantos tatuados que eu vi ontem...
Também queriam uma história pra contar
Que não terminasse a festa só
Anseios silentes, música visível.
Me comovem tais convites
E renovam minha fé na festa!
Mas minhas tatuagens se transformam todo tempo
Sangram versos de memória dita, não dita, escrita
História transferível a outrem que sirva
Sobre ontem e sempre.
Meus poemas são minhas tatuagens e minha companhia. Com eles nunca estou sozinha.
ResponderExcluir