segunda-feira, 15 de março de 2010

Libélula e vagalume

Eu lírico amante de mim
Eu cínico alienante daqui
Órbita de insetos diversos

Tão bela e tão praga
A libélula tola e avoada
Insetina apolítica alada
Que avôa boba pela luz que a seduz

Paradoxo de ficção
A libélula e o vagalume, em vôo são
Átomos de luz e nós
Explosão em fogos de artifício
Cogumelos de cores nos céus em precipício

Lá vai li bela
Cega radiante
Sobe em arrepio delirante
E se esvai em vôo vago de lume

Vôo vão e pagão
Cópula de sim e não
Que não dá luz, pois pare sombra
E sombra não ilumina
Os olhos do insetos que bate no espelho, a-traído pela luz.

Mas se por algum motivo ou razão de espelho
Ao inverso, reflexo e do outro lado
Aos olhos iluminasse e libélula visse
Que veria?
Nada a ver. Perderia
A luz que não alumia, alegria.

Vagalume afluente de todas as possibilidades imanentes
Paraíso distante de rufores crescentes
Tambor eloqüente de certeza de acontecer...,
E destino desfazer
É não. Espelho cego que se crê
É sim. Vagalume de você
E só. Assim. O Não. O fim.

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