segunda-feira, 15 de março de 2010

Fantasia de Carnaval

(À Joaninha, André e todos os amigos que fizeram o Carnaval tão bonito!)

E num instante, eu me esqueço que estou na cidade.
Brisa de fugacidade, tudo muito natural.
Uma fuga da cidade pela cidade.
Pela folia, do Carnaval!

Natureza em festa.
Animal, vegetal, mineral, floresta.
A expressão da flor, que ria...
É inevitável, faz parte da fantasia
Se fosse outro dia não seria...
Mas é Carnaval, um jardim de alegria!

Uma amiga canta,
que a tristeza não pode pensar em chegar.
Lá está na garganta, e as lágrimas vão rolar
em uma solução:
Som e multidão prá lavar a solidão.
Doce dissolução desse individual.
Uma onda de pegar junto, no agito do Carnaval.

E se nessa corrente vai, que se leve.
Se a canoa não virar, pro diabo que o carregue!
Um som nos envolve de repente.
“Eu chego lá” eloquente,
é a música que nos rodeia!
Somos banda, som e bote em maré cheia!
Mas sobretudo somos gente!
Um Rio de Janeiro de gente.
Que de folia faz enchente!
De presentes e ausentes.

Navegante de histórias mil.
Amigos por toda parte.
Alguém fala comigo com tanta intimidade.
Me pergunto se é conhecido, mas não tem necessidade.
No Carnaval, do incomum se faz comunidade.

Em cada face um cardume de possibilidades.
Maré que leva, o segredo é a fruição.
Deixar fluir com uma certa atenção...
Cuidado! No meio da multidão
Quase atropelo um carro-tubarão.

E no contra-fluxo tudo fica mais bonito.
Cor de gente nessa luz.
Testemunha da mistura.
Do suor com a saliva.
E como sua esse momento!
Como se fosse meu.
Mesmo que seja eu.
Embebida de folia.
Que respinga em quem espia.
No deleite do calor.
Evento que poderia ser importante.
Semente de uma história emocionante, poderia...
Ou pequena gota irrelevante.
De conteúdo dissoluto.

Uma frase de conversa, escuto:
Pode querer dizer qualquer coisa dependendo do contexto.
Mas para mim é um laço com o qual faço uma poesia.
E com qualquer fragmento, se faz uma fantasia.
Num banquete de símbolos e sinais.
Pinto um nariz de vermelho, um palhaço se faz.
E nesse confeite, cheiro bom de gente!
Que não estaria assim tão rente,
se não fosse o Carnaval.

E num momento...
Esqueci que vivia.
Essa foi minha fantasia.
Tudo muito natural.
Em machinha fomos banda e bando.
Foliões brincando.
Um jeito de nadar...
Um mergulho na cidade.
Quando Rio encontra terra.
E a tudo faz viver.
Nasce uma alegria.
Tudo muito natural.
Essa foi minha fantasia.
Nesse Rio-Carnaval!

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