segunda-feira, 15 de março de 2010

Semear

Não oferecer o corpo em sacrifício
Não ceder à vertigem precipício
Nem tapear com tapetes abismos
O que há de mais belo
Apelo qual me desespero
Ao vê-lo.

Convivê-lo
Habitar suas bordas
A beira...

Mirá-lo
Por um triz
Com cuidado
Miragem
Equilíbrio delicado
De não crê-lo
Mas criá-lo
Prosseguir sem mais
Não trilhar a trilha do que atrás

Que foi, foice
Jaz no triz do tempo fosse
Deveras degustado
Antes de e tardemais
Dorme aqui entre meus dentes
Jaz

Fiapo de tempo
Por um fio
Aspira momento
Como passado
Te como bem assado!
Num trincar de dentes.

O que se aspira - só
Só se pode aspirar - pó
Somente
Será?
Se pega,
Se muda,
Se dá?


Semente
Que se planta em gente
E transita diferente
Pelo vôo
Vou.

No bico pela asa
Que voa sempre a par
Morrer pra semear
Que morte, que viva
Que voem para todos os nortes!
Amantes de todas as sortes

Que será
Só quero saber do que pode semente
Sem pretender saber qual dá
Entre abismos e serpentes

Deixar florescer novos mesmos caminhos
Casaninho de carinhos
Que fio entretempo
Confio e desfio
Pelo fio da meada
Um lugar pra morar
Tecido do que é com o que se quer
Que voa entreventos
Semear

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