O poeta bota ovo na palavra
Empina o alvo no palco
Ajeita o frágil, instável
Ensaia o vôo, gagueja
No cai cai o poeta cacareja!
Casa a casca
Funde a máscara
Que a coisa flui
Não gemo contido à carcaça
Eu gesto, movido ao desejo
de vê-lo alto, pleno
Crescido de pé ao palco
Inteiro exposto
À vaia, que seja.
Mas vaia uma ova!
Desejo ser ovacionado
Que venham aplausos e sorrisos
Palmas quentes em convite a Dionísio:
Aceite!
Se vinho ou tomate no palco
Que o meu rubor não seja indiferente
Que o calor se sinta até mesmo do assento
Que te acolha, te envolva e te choque
Ora veja!
O poeta é a galinha da palavra
Pois que cacareje, no choco
Que o ovo é vivo não é oco
O palco é ninho
Aninhado ao verso
O que vem ovo é o começo
Do poeta que se cria
Na palavra poesia.
Esse poema é dedicado à turma da oficina realizada no Festival da Teatro da UVA pela professora Susana Kruger. Uma das dinâmicas realizadas foi a de colocar um ovo de pé no palco.
ResponderExcluirSua poesia esta ganhando Uma forma linda!
ResponderExcluirOval? Plana em cena.
Acho você uma poetisa plena.
Uma ovada da mais pura poesia em você,
ResponderExcluirE que você gema ,
gema...amarelo doce de prazer.