sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Poeta Galinha

O poeta bota ovo na palavra
Empina o alvo no palco
Ajeita o frágil, instável
Ensaia o vôo, gagueja
No cai cai o poeta cacareja!

Casa a casca
Funde a máscara
Que a coisa flui

Não gemo contido à carcaça
Eu gesto, movido ao desejo
de vê-lo alto, pleno
Crescido de pé ao palco
Inteiro exposto
À vaia, que seja.

Mas vaia uma ova!
Desejo ser ovacionado
Que venham aplausos e sorrisos
Palmas quentes em convite a Dionísio:
Aceite!

Se vinho ou tomate no palco
Que o meu rubor não seja indiferente
Que o calor se sinta até mesmo do assento
Que te acolha, te envolva e te choque

Ora veja!
O poeta é a galinha da palavra
Pois que cacareje, no choco
Que o ovo é vivo não é oco
O palco é ninho

Aninhado ao verso
O que vem ovo é o começo
Do poeta que se cria
Na palavra poesia.

3 comentários:

  1. Esse poema é dedicado à turma da oficina realizada no Festival da Teatro da UVA pela professora Susana Kruger. Uma das dinâmicas realizadas foi a de colocar um ovo de pé no palco.

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  2. Sua poesia esta ganhando Uma forma linda!
    Oval? Plana em cena.
    Acho você uma poetisa plena.

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  3. Uma ovada da mais pura poesia em você,
    E que você gema ,
    gema...amarelo doce de prazer.

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