segunda-feira, 15 de março de 2010

Todo mundo entre mim

Natural é nem aí
E a festa um ritual
É banal e a gente ri
Mas de fato não se vê
Uma forma de crendice
De gente que só se crê.
Uma forma de tolice, relaxa!
De que sem se perder, se acha.

Eu estou bem aqui
Tu ali, outro acolá
Puxar assunto é prece
Tentativa que merece
Mas se esquece de ligar

Como fio encapado
Esse alfabeto encadeado
É o jeito natural.
Onde fato encontra fato
Em uma ato de contrato
Cada um no seu cada qual

O caminho retilíneo
Imperativo da finalidade
Apressado de razão
Os pés presos ao chão
Perco o fôlego, percorrer
De que serve caminho não ver?
Melhor andar na contramão

O que distorcido é
Há de torcido ser
Se natural é a miopia
Eu prefiro a beleza
Dá-lhe lentes e poesia
Que se reinvente a natureza!

Arte ofício de ser são
Arte não oficial
Artifício e intenção
Subversão do natural

Arte artificial
Artesanato da beleza
Que não é industrial
Artimanha sem igual
Um rabisco na certeza
Fora do estado normal

Eu prefiro fazer arte
A ter que fazer social
E é em dia de sarau
Que estou bem aqui
E ao dizer e você me ouvir
E vice-versa lá vai conversa
A gente troca em substância
E se cria, na consistência.

Arte é assim.
Faz do fato, artefato
E do trampo, trampolim
Num mergulho sem fim
De todo mundo entre mim

Um comentário:

Alimente!

Minha lista de blogs